Imagina o turbilhão de sensações que experimentei sem saber como seria o dia de amanhã, sem ter a menor noção de quem me acolheria na próxima semana até que eu encontrasse um lugar pra chamar de lar?
Foi intenso e muitas vezes dolorido. Em um dia eu estava maravilhada com tantas novidades, no outro já me sentia angustiada e muito só. Parecia que nada tinha muito sentido longe da família e que a energia que estávamos gastando para pegar a cidadania
Italiana era bem maior do que um passaporte (pedaço de papel) merecia.
Afinal, eu sou italiana e brasileira, porque tenho que passar por provações durante anos pra ter direito de morar na terra do meu avô? E depois de tanta luta, qual sentido teria se eu simplesmente voltasse pra casa dos meus pais? Eu teria que ficar aqui. Arranjar um trabalho. Ser feliz. Mas nada estava me convencendo que seria fácil ou minimamente possível.
Foi assim, no meio de tantos obstáculos, que você chegou. Até agora não estou acreditando. Como disse a sua vó: -parece que estou sonhando. E quando acordar, minha filha, espero que você já tenha um quartinho lindo pra eu te ninar num colo aconchegante.
E juntas poderemos finalmente descansar de tanta espera. Sem agora TER que ser feliz, apenas SER feliz sem nenhuma outra condição. Seu papai já está louco por você. Chorou até quando dei a notícia em frente a catedral de Firenze (foi meu presente de 6 anos de casada) e continua reagindo como sempre imaginei. Beijando minha barriga ao me colocar pra dormir e fazendo uma alimentação super especial pra você crescer com saúde aqui dentro.
Venha logo minha Pequena. Deus te abençoe Jujuba.
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